O projeto arquitetônico do Estúdio Lapinha foi pensado para a execução em duas etapas. A primeira foi a construção de uma habitação modular no interior de dois containers, exibida na CASACOR Minas 2021. A segunda será concluída após sua desmontagem e remontagem na Lapinha da Serra, onde servirá como hospedagem. Projeto: plano livre. Fotos: Henrique Queiroga.
O raciocínio construtivo guiou o processo. Dois módulos de containers foram acoplados lateralmente com seus componentes industrializados expostos sem camuflagem. A hidráulica está concentrada em uma parede, criando o módulo infraestrutural. Essa estratégia, além de reduzir custos, libera o resto do espaço. Por isso, o outro container é um módulo flexível, indeterminado, um plano livre, que, nesta edição, recebe o mobiliário do Estúdio Lapinha.
No interior, perfis no piso e no teto arrematam o friso de encontro dos containers e facilitam o desacoplamento para o transporte. Para valorizar o sistema construtivo, os materiais e cores destacam o módulo flexível do infraestrutural. O primeiro é verde e abriga a cama de casal e a marcenaria em compensado naval. O segundo tem tom laranja terroso na cozinha e azul dentro do núcleo do banheiro. Divisórias separam a cuba do chuveiro e do sanitário, o que otimiza o uso da área. O box é um espaço híbrido: conectado ao deck por uma porta de vidro, ele funciona também como ducha. O hóspede desfruta da vista até na hora do banho.
A paisagem é a protagonista. O espaço é de contemplação. As grandes portas de vidro dissolvem os limites entre exterior e interior e os tons utilizados trazem a natureza para dentro deste refúgio.
Para além de um único espaço físico, o projeto usa a ideia de sistema. Por isso, o Estúdio Lapinha é um protótipo que pode ser ampliado, replicado e implantado em outros contextos. Diferentes arranjos de containers criam diferentes espaços para que diferentes experiências sejam vividas ali.
Texto: plano livre Vídeo: Luan Lobão
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