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Foto do escritorRedação Obra Prima

Pavilhão Folhas Sagradas

Folhas Sagradas é um pavilhão projetado pelo Atelier Daniel Florez, dentro de um hotel em Tibau do Sul, no Nordeste do Brasil. Ele foi erguido sobre uma imponente praia habitada por tartarugas e golfinhos. O Hotel faz do respeito a sua localização e da convivência com a natureza a razão, a origem e a bandeira de sua experiência turística. Fotos de Maíra Acayaba. Texto: arquitetos.




A proposta é um umbráculo formado por três folhas de madeira laminada e bambu, um pavilhão que tenta criar seu próprio ecossistema através do diálogo e do respeito com o ecossistema existente.




Durante o dia, o forte sol tropical e aliviado pela brisa marinha dos ventos alísios, que sopram desde o Sudeste quase todo o ano, mexendo constantemente as nuvens. A estrutura, de Madeira Laminada e Bambu, gera um espaço sombreado e ventilado abaixo de uma cobertura de policarbonato e projeta com sua sombra o desenho de uma folha, que aparece, se move e desaparece em uma espécie de magia criada pelo movimento das nuvens, o vento e o sol.




Durante a noite, a luz artificial quente é filtrada pelo policarbonato da cobertura mostrando três folhas sagradas desde as varandas das vilas do hotel. A percepção das folhas flutuando na floresta assim como suas sombras nos lembram poeticamente nosso compromisso com a vida e a preservação das espécies, convertendo a estadia turística em uma experiência educativa também.




As lâmpadas são feitas com peças recicladas de bambu que pendem das vigas de madeira por meio de cilindros de cobre, que com sua oxidação verdosa, expressam a passagem do tempo. Um sistema de refrigeração feito com tubulações circula pelas vigas evaporando água aromática ao umbráculo para esfriar a temperatura e regar as numerosas plantas que convivem em um éden tropical a modo de ecossistema e estufa.



As colunas de madeira do perímetro das folhas constroem um pórtico clássico voltado para o mar e são esculpidas em forma antropomórfica com 2.3m de altura, exatamente a mesma altura da maravilhosa Tribuna das Cariátides do templo Erechtheion, construído como um santuário para Poseidon, O Deus dos oceanos, em Atenas, Grécia em 420 AC.



A curvatura dupla da geometria da cobertura projeta uma sombra diferente em cada coluna do pavilhão, devido também à curvatura dupla das colunas. Como acontece na Tribuna das Cariátides, cada coluna tem sua própria identidade. Como qualquer ator de um ecossistema, igualdade e diversidade.



Os materiais usados são madeira laminada de árvores de rápido crescimento de áreas de reflorestamento, bambu, pedra natural e piso drenante de areia branca que retorna a água do telhado para os lençóis freáticos.



Todos os elementos naturais têm uma pegada de carbono quase nula. O pavilhão foi concebido para ser desmontável, transportável e reciclável, cumprindo com o necessário compromisso com os princípios da economia circular.







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